Diário da Analu - 5º dia - Chico Rei

Chico Rei da cia Terno, estreou na segunda feira no teatro Dom Silvério. O espetáculo apresenta a história de Chico Rei, rei do Congo trazido escravo para o Brasil, com embasamento histórico e de modo bastante poético.

O espetáculo apresentou bonecos com escultura no estilo barroco mineiro e adereços minuciosamente trabalhados. A beleza plástica é um dos grandes pontos fortes do espetáculo. As esculturas (bonecos e objetos cenográficos) foram confeccionados em isopor, posteriormente trabalhados em fibra de vidro, e arte finalizados com massa acrílica, papietagem e tinta. O resultado exprime um cuidado grandioso da cia,  em deixar os bonecos e objetos cenográficos com aspectos da época temática do espetáculo, o sec XVIII. 

A história de Chico Rei se passa na antiga Vila Rica e apresenta a vida de Chico desde meados de sua chegada então como escravo, ao Brasil e às Minas Gerais. A trilha sonora apresenta diversos ritmos musicais e momentos de silêncio. É possível sentir o sentimento dos escravos da época bem como observar a sabedoria de Chico. 

Chico Rei é resultado do 1º trabalho do Grupo Terno teatro que é composto por atores manipuladores com extenso conhecimento de teatro de bonecos e formas animadas bem como passagem por grupos reconhecidos.

O cenário é bastante simples e compreende uma estrutura preta dividida em 3 partes sendo 2 laterais (esquerda e direita) posicionadas mais a frente. A estrutura é utilizada para manipulação dos bonecos que são do gênero manipulação direta. Os atores manipuladores são aparentes porém não intervêm na peça, nem esboçam qualquer sentimento. 

Acredito que Chico Rei, ao se apresentar para outros públicos, conquistará grandes platéias e "amadurecerá". O espetáculo encontrará então a identidade própria do Terno Teatro e se consagrará como o primeiro de uma série de conquistas do Grupo.   

Ao Grupo o meu intenso desejo de boa sorte!

Fotos/créditos: Enzo Giaquinto. Gentilmente cedidas pela direção do FITB.