Diário da Analu Alves - 7º dia - Orlando Furioso

Orlando Furioso foi apresentando de modo descentralizado no galpão do Grupo Trampolim, no bairro Jardim América, de BH. A região do galpão é de baixa renda. Muitos moradores locais compareceram ao espetáculo.

Os bonecos de Orlando são do gênero puppi siciliano, manipulados de cima para baixo. Possuem um eixo central de vara bem como uma vara em uma das mãos e 1 fio na outra. Não há manipulação das pernas e pés por meio de fios e/ou varas. O puppi propicia movimentos rápidos e definidos, ainda mais valorizados por sons executados pelos atores manipuladores como o som da chegada de Orlando que sempre batia os pés com fervor no chão. Os bonecos não têm movimento de boca.

O acamento dos bonecos também remete ao estilo siciliano. O traço, porte e figurinos da maior parte dos personagens é bem caracteristico.

A trilha sonora foi feita ao vivo por 2 conjuntos de músicos e instrumentos com: percussão, bateria, violão e acordeom. Os músicos se localizavam nas duas laterais do público.

A Narração e diálogos foi feita ao vivo pelos atores e animadores sendo as falas dos personagens entoadas de modo poético.

Alguns momentos foram característicos no espetáculo: a intervênção cômica no meio do espetáculo com a Tarantella "A Gabriela tinha/O que é que tinha, o que é que tinha..." ; o efeito de iluminação no momento de São Pedro e a definição dos bonecos falando ou não. Os bonecos que não eram principais em uma cena, permaneciam parados enquanto os outros interpretavam.

 O cenário é "limpo", porém bastante interessante. Um cubo grande em madeira com diversas bocas de cena. Nelas eram manipulados bonecos e apresentados os cenários, sempre definidos por um painel de fundo. Artistas também narravam pelas janelas.

O espetáculo foi contemplado pelo prêmio Myriam Muniz.

Fotos/créditos: Luiz Reikdal. Estas belas fotos pertenecem ao acervo de anaeosbonecos. Ao usar as imagens, por favor, lembre-se de divulgar os créditos e a fonte de onde foram captadas.